Em um momento difícil que o país vive, a solidariedade e a empatia afloram no coração de muitas pessoas. Com disposição e espírito de compaixão com o próximo, o educador social Rubens Ubiratan, 52 anos, percorre diversas comunidades de Fortaleza e do estado do Ceará para levar alegria à dezenas de famílias. O carro vai cheio de doações que ajudam a aliviar o sofrimento de centenas de pessoas afetadas pela pandemia de Covid-19. E não é qualquer carro, não.
É a “Kombi do Bem”, onde Rubens carrega desde alimentos e roupas até cadeiras de rodas. “O sentimento é de amor, porque é bom demais se doar pelo reino de Deus, pelas causas do Senhor. Quando você encontra pessoas ao longo da sua caminhada que precisam realmente, principalmente o nosso público, que são pessoas carentes que estão escondidas à margem da sociedade, é gratificante. Os pedidos chegam para a gente de diversas formas e nem sempre a pessoa que está sendo atendida fica sabendo da chegada da Kombi do Bem. Quando chegamos é sempre uma surpresa”, conta o educador social.
O projeto já percorreu diversas localidades em todo o estado, como em Quixeramobim, Sobral, Aquiraz, Palmácia, Maranguape e até na Chapada do Apodi, no Rio Grande do Norte. Com a ajuda da família e de voluntários, todo primeiro domingo do mês é realizada uma ação na Paróquia de Cristo Rei, localizada no Centro de Fortaleza. O “Domingão Solidário Cristo Rei” realiza bazar para arrecadar recursos que são revestidos em cestas básicas, cadeiras de rodas e fraldas geriátricas.
“Kombi do Bem”
“Chegou um dia em que uma pessoa querida veio na minha porta com a chave na mão e disse : olha, essa Kombi é pra você fazer as doações. Foi uma ajuda fundamental. Eu comecei com uma bicicleta, depois consegui comprar um carro popular, mas era muito pequeno para carregar as doações. O povo começou a chamar de Kombi do Bem e assim nós batizamos esse nome”, explica Rubens.
Com o passar dos anos, os amigos e conhecidos de Rubens foram ajudando cada vez mais o projeto. Segundo ele, desde o começo da pandemia as contribuições aumentaram significativamente, ao mesmo tempo que a necessidade por alimentos aumentou expressivamente devido às dificuldades financeiras que a doença causou. Semanalmente chegam a ser entregues 450 quentinhas à famílias carentes.
O começo de tudo
O ano era 1994, quando um grupo de jovens da Igreja de Cristo Rei resolveu fazer uma campanha de arrecadação de produtos de higiene para levar ao antigo Leprosário de Antônio Diogo, situado no município de Redenção, a 55 km da Capital. Neste mesmo ano, o grupo promoveu uma ação de natal no leprosário, levando um lençol para cada morador do espaço. Hoje o lugar se chama Centro de Convivência Antônio Diogo, unidade da Secretaria da Saúde do Ceará (Sesa).
Rubens não sabia que essa seria a semente que transformaria a vida dele e de dezenas de pessoas. “Existia lá um paciente que além de estar com lepra, tinha problemas mentais. Eu me vesti de Papai Noel e entreguei o presente nas mãos dele e lhe dei um abraço de feliz natal. Esse mesmo paciente começou a ir atrás de mim durante a visita. Ele queria outro presente, mas eu disse que só tinha um. Ele então pediu um outro abraço. Isso me marcou e até hoje quando lembro me emociono”, relembra.
A partir daquele momento, ele decidiu que ficaria indo visitar o antigo leprosário uma vez por mês. Atualmente, devido a pandemia de Covid-19 as visitas ao local não estão sendo feitas, mas as doações que consegue juntamente com voluntários são recebidas pelos administradores do Centro de Convivência.
“Kombi do Bem”: afeto e alegria à famílias carentes
“Kombi do Bem”
Rubens Ubiratan (85)98868-2019 (WhatsApp)
Instagram: @kombidobemm
Para Doações: