Há uma década, era comum encontrar um pequeno palco montado na Rua São Raimundo, no Pirambu, em Fortaleza. A estrutura não esperava bandas de renome, mas, sim moradores do bairro, que emprestavam seus talentos em nome de uma causa nobre: ajudar a Associação Comunitária de Ajuda Mútua do Pirambu (Acamp).
As apresentações precediam um bingo que angariava fundos para a instituição e para a Casa Boca Mole, célula do instituto que funcionava ali perto.
Foi com a ideia dada pelo público que Laércio fundou a banda Zuada Roots. A ideia por trás do projeto era desmistificar a ideia de que o reggae é sinônimo de uso de drogas e difundir entre os jovens a importância de evitar o vício. “Nossa função é espalhar a mensagem de paz e amor para as pessoas e mostrar que o reggae é um ritmo que prega isso, que prega o amor e que de forma alguma está relacionado ao uso de drogas ou à violência”, aponta.
Reunindo oito músicos de comunidades da Praia do Futuro, como Luxou e 31 de Março, e pessoas de bairros adjacentes como Serviluz, Pirambu e Barra do Ceará, a banda Zuada Roots pega carona nessa nova fase do reggae no Ceará.
Para os oito rapazes, essa ideia não é impossível. A receita é simples: colocar a mão na massa. “Minha mãe sempre falava que eu tentava salvar o mundo e eu sempre soube que isso é humanamente impossível, mas, nem por isso vou deixar de tentar. Se todo mundo fizesse isso também, tenho certeza, o mundo seria um lugar melhor de se viver”.
Fonte: Tribuna do Ceará