Futebol feminino – Distrito Federal

Futebol feminino – Distrito Federal

Ser mulher e jogadora de futebol é uma tarefa difícil para as meninas que almejam viver dentro do esporte. E quando a carreira acaba, o ensinamento adquirido no gramado ou na quadra não é o único meio necessário para o desenvolvimento pessoal e profissional. É o que defende o projeto Desenvolvimento de Futsal Feminino nas Categorias de Base, da Associação Desportiva de Futsal do Distrito Federal – Adef/DF. “O motivo da fundação desse projeto é utilizar o esporte de alto rendimento como meio e não como fim”, explica Tatiana Silva, de 38 anos, técnica e responsável pela iniciativa.

Transformação social é o maior objetivo. Isabela Silva, 18 anos, que joga como ala, garantiu bolsa para concluir o Ensino Fundamental e Médio e ingressou no curso de graduação de Farmácia. Hoje, ela vive uma rotina que exerce responsabilidade há 5 anos. Mora em Ceilândia e estuda pela manhã, estagia à tarde e é atleta à noite.

Além dos bons resultados acadêmicos, Isabela também conquistou seu espaço no esporte. Ela tem passagens pelas seleções brasileiras sub-15 e sub-17 de futebol de campo, e foi pré-selecionada pela comissão técnica para os treinos deste ano. A jogadora também faz parte da seleção brasileira sub-20 de futsal.

O projeto se encaixa na lei de incentivo ao esporte, de 2006, que, estabelece benefícios fiscais para instituições que estimulem o desenvolvimento do esporte nacional, por meio do patrocínio/doação para projetos desportivos e paradesportivos.

Nycole Raysla, 17 anos, é outro exemplo que rende orgulho. A moradora de Sobradinho pretende fazer fisioterapia por influência do projeto. “A convivência com os profissionais do time me motivaram a seguir essa carreira”, sonha.

O retorno veio com a convocação para a seleção brasileira sub-17 de futebol de campo, que disputou o Campeonato Sul-Americano de 2016, com o vice-campeonato.

O projeto já cedeu atletas para a seleção brasileira sub-17 e sub-20 de futsal, e para sub-17 e sub-20 de futebol de campo. O projeto Desenvolvimento de Futsal Feminino nas Categorias de Base já formou em torno de 50 meninas para o mercado de trabalho. Ensino fundamental, médio e graduação são disponibilizados para meninas do sub-15 ao sub-17. Amanhã, a partir das 20h30, ocorre o jogo de volta pela Copa do Brasil contra o Uirapuru/MT. A partida de ida foi 4 x 2 para a Adef/DF.

Não basta jogar, tem que estudar

Entre uma dica aqui e outra ali, Tatiana Silva recorda a época em que foi jogadora e alerta as jogadoras sobre a realidade.

“Fui atleta da Seleção Brasileira e era uma das poucas com ensino superior. Era uma constante as jogadoras terem dificuldade no mercado de trabalho ao terminar a carreira”, afirma. Ela espera que a realidade do futsal no começo não reflita para a geração atual.

“A gente tenta passar para elas a importância de um ensino pedagógico. Você não precisa largar os estudos”. A Associação possui apoio de 5 instituições particulares como parceiras para disponibilizar ensino fundamental, médio e graduação.

Vivência

Tatiana não chegou ao posto de técnica e ser a responsável pelo projeto à toa. Com onze anos de carreira, e técnica das jogadoras integrou a primeira Seleção Brasileira de Futsal Feminino em 2003, onde é supervisora há dois anos.

Já em 2015, ela organizou o I Campeonato Brasileiro de Futsal Feminino com 27 times. Entre outras conquistas pessoais, ela ainda foi consagrada 10 vezes a goleira menos vazada do Campeonato Brasiliense de Futebol Feminino. “Elas treinam conosco, mas nós também emprestamos para jogarem em outros campeonatos pelo país”, completa.