A solidariedade e amor ao próximo parecem ser uma tradição na vida da família Madeira. Moradores do Conjunto Ceará, tradicional bairro de Fortaleza, D. Anita e o seu filho Diógenes sempre acreditaram no poder transformador do esporte e da arte. Ambos sabiam que essas poderiam ser as principais ferramentas de promoção da cidadania de tantas crianças, jovens e adultos do bairro. E foi com esse espírito de mudar a realidade e lutar por melhorias da comunidade que surgiu, em 1989, o Grupo da Paz, que já nasceu com a vocação para fazer o bem.

Não dá para dissociar a história do Grupo da Paz com o carisma e a doçura de D. Anita. Tudo começou quando ela, tão cheia de criatividade e energia, convidou alguns jovens para animarem a missa que daria início aos trabalhos da criação da capela de Santa Luzia, localizada no bairro, que depois se transformaram em ações e eventos para arrecadar recursos financeiros destinados para a construção. Entre ensaios, regados a muita música e teatro, o filho Diógenes, que sempre foi fã de esportes, teve a ideia de criar um grupo para também desenvolver trabalhos sociais e promover ações em prol da própria comunidade.

Após a construção da capela, mãe, filho e os demais moradores do Conjunto Ceará perceberam que poderiam ir mais além. Era preciso construir uma igreja do povo, e para o povo, independentemente da religião. Assim, o projeto passou a desenvolver outras atividades, como futebol, futsal, vôlei, capoeira, ballet, jazz dance, informática e pintura em tecido, além de promover atendimento médico mensal, mas sem esquecer o trabalho de orientação e incentivo aos estudos.

Após o falecimento de D. Anita, Diógenes Madeira assumiu a coordenação do projeto, embora acredite na união e na força de todos os envolvidos. “O Grupo da Paz não depende só de mim. Todos participam e são comprometidos, inclusive pessoas que já passaram por aqui, que voltaram para contribuir com a nossa causa”, explica.

Reginaldo França foi um dos que voltaram para o Grupo da Paz, após 10 anos como jogador profissional. Ele, que foi revelado pelo projeto, é hoje treinador de futebol de campo. “Eu tinha um sonho de ser um atleta profissional, e foi o que aconteceu. Dez anos depois, procurei o Diógenes e disse que precisava fazer um trabalho para essa comunidade que me acolheu desde criança. É nós conseguimos”, diz.

Esporte e educação

Prova de que o projeto está no caminho certo é o sorriso no rosto de cada criança envolvida com as atividades, seja no futebol ou na dança, dentre outros esportes. A Ana Rebeca, de 11 anos, adora suas aulas de ballet. A jovem faz questão de frisar a importância do apoio que teve da família para participar do projeto, desde, claro, não deixasse os estudos de lado. “Minha mãe falou que eu poderia fazer ballet, desde que não tivesse problemas na escola. A dança não me atrapalha, continuo tirando notas boas e muito disso vem da disciplina que adquiri aqui”, reforça. Já o João Felipe, de 10 anos, gosta tanto do Grupo da Paz que participa de diversas atividades. “Antes, fazia apenas natação, mas hoje está no futebol, de salão e de campo, e também no jiu-jitsu.

Hoje, Diógenes e seus parceiros desenvolvem um trabalho com mais de 200 alunos, com idade entre seis e 17 anos, a partir de doações de pais e amigos da comunidade. E assim, transformando sonhos em realidade, que Diógenes Madeira segue com o legado de sua mãe, mostrando que o esporte e a arte são fundamentais na formação de qualquer cidadão.

Entre em contato com o Grupo da Paz e saiba como ajudar:
(85) 98895.5923
[email protected]
http://www.grupodapaz.org.br/